Drauzio Varella (foto), renomado médico que virou celebridade, lançou este mês seu novo livro, Cabeça do Cachorro.
A obra, que tem a participação do cientista social Jefferson Peixoto e conta com mais de 100 fotos de Araquém Alcântara, fala de uma das regiões menos conhecidas e exploradas da Amazônia, o noroeste do Estado do Amazonas, na fronteira com Colômbia e Venezuela. Tudo sobre a ótica de Drauzio. O nome da região é devido à semelhança que o contorno da fronteira com Venezuela e Colômbia tem com a cabeça de um cão.
O livro é resultado de várias viagens realizadas por Varela e Alcântara pela região, juntos ou separados. Os dois, experientes em aventuras pela selva, atravesaram trechos de mata fechada e ficaram surpresos com a diversidade de cores e formas das espécies de plantas e animais da região, e com os sons da floresta. “Viajamos por extensas áreas de igarapés, como também muita terra firme banhada pelas águas pretas do Rio Negro. Encontramos grupos indígenas que há anos não viam gente branca”, relata Alcântara.
Mas não pense que a região é inabitada. A Cabeça do Cachorro compreende uma área de 200 mil quilômetros quadrados e população de aproximadamente 50 mil pessoas. No local vivem 23 etnias há mais de 3 mil anos, segundo o arqueólogo Eduardo Neves, da Universidade de São Paulo. Isolados, os indígenas preservam costumes ancestrais, como idiomas falados há mais de 500 anos e a produção de objetos artesanais.
Cabeça de Cachorro tem prefácio de Márcio Meira, presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai). O projeto gráfico é de Victor Burton e Ângelo Allevato Bottino, com arte final de Fernando Moser e produção de Regina Belfort. O livro será comercializado ao preço sugerido de R$ 145.