Marvels, uma revolução nos quadrinhos #parte 1

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Esse post é em comemoração ao anúncio do lançamento, aqui no Brasil, da continuação de Marvels, “Marvels: Eye of the Camera”

Para entendermos Marvels, precisamos conhecer um pouco de sua história. Diferente do que muitos acham ou acreditam, a Marvel Comics, que na década de 1930 era conhecida como Timely Comics, também participou da Era de Ouro dos quadrinhos. Não fora tão significativa quanto a DC Comics, mas teve seus representantes, dentre eles o Tocha Humana, O Submarino (também conhecido como Namor) e Capitão América. O primeiro, o andróide que tinha o corpo incendiado quando entrava em contato com a atmosfera, conhecido como Tocha Humana, saiu na primeira publicação da Marvel Mistery Comics #1, ao lado do primeiro mutante dos quadrinhos, Namor (mais conhecido na época como The Sub Mariner) e do primeiro Anjo, um detetive bem ao estilo do Batman, mas com roupas mais berrantes. Tocha Humana fora uma criação de Carl Burgos, Namor de Bill Everett e O Anjo de Paul Gustavson, todos coordenados pelo fundador da Timely, Martin Goodman.

Tendo isso como ponto de partida, podemos ir para a minissérie, ganhadora de três prêmios Eisner, sendo que o prêmio de Melhor Desenhista foi para o então estreante Alex Ross, graças aos seus desenhos fotorrealistas. O roteiro foi escrito por Kurt Busiek.

Na história de Busiek, vemos o fotógrafo Phil Sheldon assistindo ao nascimento da Era das Maravilhas (como ele gosta de chamá-los). Quando assiste a exibição do Dr. Phineas T. Horton, que expõe o andróide Tocha Humana, vê aí o nascimento das maravilhas. Depois disso, sua noiva, Dóris, testemunha o surgimento de Namor. E assim, sucessivamente, vão aparecendo novos super-heróis, até que começam a aparecer notícias sobre o “Sentinela da Liberdade”, Capitão América. Sheldon vai para a Segunda Guerra Mundial e testemunha Os Invasores, grupo formado pelo Capitão América e Bucky, Tocha Humana e Centelha, Namor, Union Jack (herói inglês baseado no Capitão América), Viúva Negra I, Visão, Cidadão V, Diamante Azul, Capitão Terror, Blazing Skull, entre outros.

Depois, um salto entre os anos acontece e vamos direto para a década de 1960, onde Phil está preparando seu livro com fotos feitas por ele das maravilhas. Este salto se faz necessário, pois foi o período negro para os quadrinhos, onde as produções decaíram absurdamente. Neste período a Timely muda de nome para Atlas e entra Stanley Martin Lieber, que era primo da esposa de Martin Goodman. Stanley muda seu nome para Stan Lee e, após escrever para outros gêneros, decide recriar o universo de super-heróis da empresa. Ao seu lado ele tem ninguém menos do que Jack Kirby, que na época já se tornara conhecido pela co-criação, ao lado de Joe Simon, do Capitão América. Junto eles criam um novo conjunto de personagens começando pela família mais famosa dos quadrinhos, o Quarteto Fantástico (superam até a Família Marvel). Daí eles criam o Homem-Aranha (que apesar do envolvimento de Kirby, quem desenhou foi Steve Ditko), Homem-de-Ferro, Hulk, Thor e posteriormente o maiores heróis da Terra, os Vingadores.

É com esses elementos que Phil convive, mas o mais problemático são os mutantes, que são perseguidos e execrados da humanidade, por serem diferentes. O fotógrafo, que começa a escrever matérias, também, para treinar sua escrita, sente repulsa pelos mutantes, chega até a ajudar numa agressão aos X-Men, mas se vê envolvido neste meio, quando suas filhas levam para sua casa uma jovem menina mutante. No desenrolar da história, acontece o casamento de Reed Richards, o Dr. Fantástico, e Sue Storm, a Garota-Invisível, ambos do Quarteto Fantástico. Após o casamento, durante um debate, Wilson Trask seqüestra o Professor Charles Xavier ao apresentar sua invenção, o Sentinela, que termina se voltando contra seu criador. A menina mutante foge da casa de Phil, deixando suas filhas tristes, e fazendo-o refletir se este ódio vale mesmo à pena.

Então alguns meses se passam, e as Maravilhas começam a ser questionadas, principalmente o Homem-de-Ferro e seu “patrão”, Tony Stark. As ações dos Vingadores são sempre polemizadas e tudo ligado às Maravilhas é criticado, principalmente certo aracnídeo, que o jornal Clarim Diário (Daily Bugle) e seu editor-chefe J. Jonah Jameson adoram culpar de tudo que está errado. Mas acontece o inesperado e várias calamidades começam a acontecer sobre a Terra, com nuvens de fogo e enormes pedregulhos se sobressaindo sobre ela. Após isso, surge o Surfista Prateado, o arauto do Devorador de Mundos, Galactus. O Quarteto Fantástico o combate e, no final, termina sendo ajudado pelo próprio arauto. Depois que o cataclismo passa, todos voltam a questionar as Maravilhas. Phil chega a esbarrar com um jovem fotógrafo chamado Peter Parker, que ganha à vida vendendo fotos para o Clarim Diário difamar o Homem-Aranha. Isso o aborrece a tal ponto que ele vê que a humanidade é desmerecedora do que os super-heróis fazem por ela.

Amanhã você fica com a segunda e última parte deste post.

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